domingo, fevereiro 21, 2010

Narrador e autor


Madonna e Silvester Stallone não permitem que subalternos olhem para eles. Os serviçais que trabalham com as duas estrelas cadentes sabem que se forem pegos olhando para os astros do passado vão para a rua.
Beyoncé não admite que seu nome seja pronunciado pela patuléia que a cerca. Ao se referir a ela, deve a ralé tratá-la como “a artista”.
Prince também era chegado a essa babaquice. Hoje, voltou a ser Prince. Só não voltou a ser o Prince.
John Mayer, razoável cantor e excepcional guitarrista, apresentou esta gema racista: “Meu pênis funciona com sentimento de superioridade branca. No coração não tenho preconceito, mas meu pênis não funciona assim”. A frase saiu da cloaca do cantor com o intuito de justificar porque ele não sai com negras.
Acho que fica claro porque evito ler entrevistas de artistas e reportagens que tratam da vida pessoal da turminha. Quando se sabe de certas coisas, fica difícil prestar atenção só na obra que as figuras produzem.
No final, consigo separar uma coisa da outra. Não confundo narrador com autor, mas quando este não é um merda a narrativa desce redonda.

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