Na minha frente, sentados, o filho no colo do pai, os dois
conversam sem parar.
O filho fala. Conta histórias intermináveis, sem muito nexo.
Histórias pontuadas por muitas perguntas.
O pai, atencioso, responde a todas.
30 minutos depois os dois levantam.
– Pai, sou muito chato?
– Por que, filho?
– Eu falo demais.
O pai pega o filho, abraça-o e diz:
– Né não. Você é um barato.
A cena me comoveu. Velhice, sacumé.