quarta-feira, abril 09, 2008

sexta-feira, abril 04, 2008

20 deitões

O ódio que sinto dos Correios e Telégrafos só chega perto do que alimento pela Telerj/Telemar/Oi.
Os Correios estão em greve.
Os briosos funcionários querem, entre outras coisas, aumento da grana que recebem por causa do risco que correm passeando pelo Rio.
Há alguns meses comprei um celular na Americanas.com.
Chegou o dia combinado para a entrega e nada. Liguei pra lá.
- Senhor, a encomenda está nos Correios. Eles não entregam onde o senhor mora. É área de risco.
Bom carioca não berra.
Comprei pela Internet porque sou preguiçoso e não quis ir à loja.
Da próxima vez, vou.
A Americanas e os Correios me fizeram viajar até a Penha.
Belisário Pena, depósito dos Correios, mais de 20 deitões rodavam de um lado pro outro sem ter o que fazer.
- Esse computador aqui não tem free cell?
- Meu aguerrido funcionário, desculpe interromper seu joguinho, mas dá pra você me entregar esta encomenda?
Claro que o trabalhador exemplar olhou pros lados pra ver se outro babaca se apresentava.
Os outros 19 estavam espertos e se fingiram de mortos.
- Vou ver pro Senhor.
- Vocês não pretendem voltar a entregar na Estrada Velha?
- Não dá, senhor, aquilo lá é cheio de pivetes.
- A rapaziada aqui é toda do Leblon, né?
Claro que o parvo não entendeu a ironia.
- A Americanas entregava lá.
- É, eles são malandros. Área braba eles jogam pra nós.
Me senti idiota conversando com aquele idiota.
A Americanas não entrega mais em Inhaúma (a bucólica Inhaúma) porque comprou o Submarino.
Sem concorrência, esses putos fazem o que querem.
Eu, de minha parte, não compro mais nada em Internet (exceção pros Cds na Velvet, que são entregues no meu trabalho).
- Senhor, não estou encontrando sua encomenda.
- Companheiro, é bom você encontrar. Se não, esses 20 deitões que estou vendo aqui não serão suficientes para conter minha fúria.
Quem é que disse que assistir seriado na televisão não serve pra nada?
Logo o parasita trouxe minha encomenda e eu voltei à longa caminhada embaixo de inclemente sol até o outro lado da Penha.
No trajeto sonhei com a máquina de teletransporte.
Não pra mim, mas pro envio de encomendas e a conseqüente extinção dos Correios.

quinta-feira, abril 03, 2008

Marrom

Seis da matina, faz frio na bucólica Inhaúma.
Homens e mulheres, silenciosos, caminham em direção ao metrô.
Ninguém fala com ninguém.
De repente, o silêncio é rompido.
E aí, Marrom?
Marrom, meu querido, tudo bem?
Passou a noite na esbórnia, Marrom?
Marrom, há quanto tempo...
Todos falam com Marrom e ele nem se dá ao trabalho de latir de volta.