domingo, fevereiro 28, 2010

REVISTA JILÓ

A revista Veja, semana passada, inventou o roqueiro coxinha. Quando a gente pensa que todo tipo de imbecilidade já foi publicado, os caras se superam.
Um exemplo de roqueiro coxinha: Chris Martin, do Coldplay. É coxinha porque é sensível. Sacaram? Nem eu.
Chris Martin faz rock melódico, evita falar mal de colegas e tem preocupações sociais. Por isso é sacaneado.
Veja, a revista jiló. Por quê? Acho que é porque detesto jiló.

segunda-feira, fevereiro 22, 2010

O LEITOR


Todo mundo anda “lendo” alguma coisa.
O craque de futebol lê o jogo muito bem.
O homem cobiçado é o que sabe ler a mulher.
O bom amigo lê as emoções de seus chegados.
Leem tudo, menos um livrinho.

domingo, fevereiro 21, 2010

DELICIOSA


Gosto de falar neste espaço sobre os bons discos que compro. Das merdas tratam os especialistas.
Sade há 10 anos não lançava discos. Tomei conhecimento de Soldier of Love dentro de uma loja, antes de vê-lo resenhado nas revistas.
Sou fã de Sade. Mesmo sem ouvir, gosto da música que ela faz. Acho-a sensualíssima. Sensualidade clássica, sacumé. Ninguém verá Sade rebolando até o chão.
Em cena, Sade magnetiza. Ela é voz e movimentos. Insinuantes, discretos, sedutores. Sade é a elegância.
Soldier of Love é daqueles discos para se ouvir com vagar, da primeira à última faixa. Antigamente, era assim.
Sade continua deliciosa. Ela mesma e a música que canta.

Narrador e autor


Madonna e Silvester Stallone não permitem que subalternos olhem para eles. Os serviçais que trabalham com as duas estrelas cadentes sabem que se forem pegos olhando para os astros do passado vão para a rua.
Beyoncé não admite que seu nome seja pronunciado pela patuléia que a cerca. Ao se referir a ela, deve a ralé tratá-la como “a artista”.
Prince também era chegado a essa babaquice. Hoje, voltou a ser Prince. Só não voltou a ser o Prince.
John Mayer, razoável cantor e excepcional guitarrista, apresentou esta gema racista: “Meu pênis funciona com sentimento de superioridade branca. No coração não tenho preconceito, mas meu pênis não funciona assim”. A frase saiu da cloaca do cantor com o intuito de justificar porque ele não sai com negras.
Acho que fica claro porque evito ler entrevistas de artistas e reportagens que tratam da vida pessoal da turminha. Quando se sabe de certas coisas, fica difícil prestar atenção só na obra que as figuras produzem.
No final, consigo separar uma coisa da outra. Não confundo narrador com autor, mas quando este não é um merda a narrativa desce redonda.

sexta-feira, fevereiro 19, 2010

SOBRE O BBB 10

Algumas “bobagens” me incomodam. Vamos a uma delas.
Ao que tudo indica, o público escolheu Marcelo Dourado para vencer a décima edição do Big Brother Brasil.
Aos 56 anos, reservo-me, ainda, o direito de ficar chocado.
Dourado, no programa, pouco mais faz do que desfilar sua truculência e ignorância. É dele a pérola: “Sexo entre homem e mulher não transmite o vírus da AIDS”. Semelhante à estupidez perpetrada por Jacob Zuma, presidente da África do Sul: “Depois de uma noite de sexo desprotegido, basta uma boa chuveirada para afastar o risco de contágio”. O diretor do programa, Boninho, referindo-se a Dourado, escapuliu dizendo que o BBB é entretenimento.
Dourado fala de um orgulho heterossexual tão imbecil quanto o tal orgulho gay. Orgulho de quê? De orientação sexual? Nunfó!!!
Em seu braço, o mamute mandou tatuar um samurai. Na saia do samurai, suásticas invertidas. O muito inocente dirá que a cruz quebrada do nazismo apropriou-se de símbolo místico oriental que existe há 3 mil anos e acreditará que foi pensando na tradição religiosa que monge Dourado inspirou-se ao resolver desenhar suásticas no corpo. Sou maldoso, acho que a inspiração dele foi mesmo o carniceiro Adolf Hitler.
O Big Brother é programa desprezado por gente que imagina ter algum verniz cultural. O fato de Dourado chegar ao prêmio de R$ 1,5 milhão, escolhido por espectadores, em meu entendimento, deveria causar alguma preocupação.
Alarmismo babaca de minha parte? Pode ser, mas gostaria de ver a figura sendo defenestrada do programa. Pelo público, obviamente.
O BBB da diversidade corre o risco de se tornar o BBB da obtusidade.

EUFEMISMO

Em Up in the air (Amor sem escalas), de Jason Reitman, o personagem de George Clooney trabalha em uma empresa que demite empregados de outras. Uma prestação de serviços que envolve cinismo e eufemismo.
Clooney jamais diz a palavra demissão aos demitidos. Sorridente, informa: “Hoje vim aqui conversar sobre seu futuro”. Vi, em empresa que explora a fé de incautos, empregados serem detonados com expressão semelhante: “Este é o momento de você buscar novos desafios”.
Odeio eufemismos. Há quem entenda serem eles necessários. Para mim só servem aos hipócritas.

terça-feira, fevereiro 16, 2010

GORDOFALANTE É CULTURA



Vi alguns filmes neste carnaval, nenhum ruim.
O fim da escuridão (Edge of Darkness), de Martin Campbell, com Mel Gibson, é policial competente. Os especialistas elogiaram a atuação de Gibson. Eu que sempre gostei dele não me surpreendi. Bom.
Amor sem escalas (Up in the air), de Jason Reitman, com George Clooney. Comédia dramática, existe isso? A história é devastadora, mas contada com leveza. George Clooney merece o Oscar, mesmo sem eu saber se ele está indicado para o prêmio. Ótimo.
Invictus, de Clint Eastwood, com Morgan Freeman. Gran Torino, do mesmo Eastwood, foi o melhor filme que vi ano passado. Invictus não é tão bom, mas... Morgan Freeman brilha no papel de Nelson Mandela e a história empolga. Ótimo.
Avatar, de James Cameron, com Sam Worthington. História simples, imagens deslumbrantes. Eu que nunca tinha entrado em cinema 3D fiquei impressionado. Ótimo.
Preciosa (Precious), de Lee Daniels, com Paula Patton. O filme é magistral. A atuação de Mo’nique é assombrosa. Oscar certo. Maravilhoso.

BBB 10


Parei com o Big Brother.
É duro ver o que podemos fazer por grana e “sucesso”.
Somos canalhas cruéis e vivemos nos justificando por nossa natureza.
Do lado de cá, os espectadores sempre escolhem os mais cínicos e manipuladores.
Sei que não somos grande coisa, mas por que retomar a consciência disso todos os dias?

segunda-feira, fevereiro 15, 2010

SOL


No calor infernal, o lazer do Gordo é bundear no shopping. Só por causa do ar refrigerado.
A praia seria uma alternativa, mas fica longe de onde o Gordo mora, tem areia, sol escaldante e gente... muita gente.
O Gordo ama todos os cães e alguns humanos.
Não desgosta de humanos, mas lida melhor com cães.
Cães, se gostam, festejam; se não, mordem.
Humanos riem pra sua garganta e estraçalham sua nuca.
O Gordo dorme pouco no calor senegalesco que faz no Rio. Aliás, esse clichê, “calor senegalesco”, deve ser esquecido. O Rio é a segunda cidade mais quente do planeta. Não há nenhuma tão incandescente no Senegal.
No shopping, o Gordo saca mp3, livro, revistas, compra um copão de mate, pão de queijo e instala-se em uma das mesas do Rei. Ao cair da noite, o Gordo entra em um cinema e dorme.
E sonha com o outono, tempo de sol frio. 

sábado, fevereiro 13, 2010

O BOÇAL

O velho roqueiro foi ao cinema. Assistir Avatar em 3D.
Convidou uns chegados e pagou a de todos (o Velho é generoso).
Cinema com lugar marcado, levou os famintos pra devorar uma pizza.
Bucho cheio, foi para o ar gelado da sala de projeção.
Entalado na poltrona, esperou o início dos trabalhos.
Os ignaros começaram a lotar a sala.
Ao lado do Velho, coladinho, sentou-se o estereótipo da boçalidade. Jovem, fortão, camiseta mamãe-não-sou-o-que-você-tá-pensando, corpo coberto de tatuagens. Seguindo-o, uma bela imbecilzinha. A parva vinha carregada de caixas, equilibrava nos sensuais bracinhos um balde de pipocas e um tonel de Coca-Cola.
Sentaram-se. Lugar marcado é gesso. Eu estava preso ali. O velho dinossauro e o moderno troglodita.
Sala às escuras e as caixas se abriram. A pizza que comi com os queridos, confortavelmente, no restaurante, os energúmenos (homenagem a José Serra) iam devorar ali. O javali abocanhou a enorme fatia de queijo, presunto, bacon e uma porrada de outras coisas como se devorasse um indefeso coelhinho. A cada dentada, a idiotinha lhe passava o tonel de Coca. Olhei em volta e, pasmo, percebi que todos comiam.
Feijoada, macarronada, churrasco, mocotó e pipocada. Tudo devorado com pressa. A sala fedia a cozinha de pé-sujo.
Cabe uma explicação. O Velho é intolerante. Evita aglomerações, multidões. Cinema só em horários de pouca movimentação. Jamais vai a cinema em dias de promoção. É do tempo que se deixava uma poltrona de intervalo entre rabos desconhecidos. E, principalmente, naquela remota época, comia-se dentro do cinema uma barrinha de chocolate e balinhas. Só. Sim, casais contorcionistas também se comiam, mas isso é outra história. O Velho estava em sala superlotada porque Avatar só em salas transbordantes de humanos. Explicação dada.
Começou o filme. O Velho e o Brucutu tinham algo em comum, para consternação do veterano: era a primeira vez de ambos em filme 3D. O Brucutu adorou e demonstrou o entusiasmo pelas quase três horas de projeção.
“Caralho, essa quase me pegou”, “Putaquipariu, que foda”, “Cacete, passou perto”, “Ó, a florzinha tá na minha mão”, “Meu Deus, demais”. Tudo dito aos gritos.
Não só. A alegria do selvagem era tanta que ele não parava de coxear o Velho, sacudindo as pernocas. O Velho, que não foi mordido de cobra, mas tinha um nome a zelar, se encolhia. Inútil. Não fora os chegados, o Velho teria batido em retirada. Espírito nobre, suportou, no entanto, o suplício.
Fora do cinema, o Velho pensou: “Amanhã, assistirei Preciosa, sessão da uma da tarde, na Barra. A idade não me permite ser descuidado”. 

quarta-feira, fevereiro 10, 2010

Nunca fui, nunca irei

desenho: Andrew Banecker

Há lugares em que já fui sem ter ido.
À Disneyworld, fui?
Nunca fui, nunca irei, mas estive lá.
A um cruzeiro marítimo, fui?
Nunca fui, nunca irei, mas estive lá.
Há muito tempo não vou a Ibicuí, Muriqui, Araruama.
Nunca fui, nunca irei, mas ando com saudades.

terça-feira, fevereiro 09, 2010

O ESPECIALISTA


O especialista ouve o disco e identifica influências, analisa o que é original no trabalho do artista e denuncia quando o apresentado copia o já feito.
Se o artista gravou outros discos, o especialista dirá se o trabalho mais atual é um avanço, um retrocesso ou demonstra que o criador está estagnado.
Dirá mais o especialista. Informará se a qualidade técnica do disco é boa, se os músicos envolvidos no projeto valorizam o trabalho do artista e se a produção é competente, criativa.
Havendo espaço, o especialista se estenderá e discorrerá sobre design de capa, encarte etc.
Alguns especialistas investigam o artista e informam em suas críticas se ele preza pela coerência entre vida e obra. Recomendam a obra se a coerência existir.
Não sou especialista. Considero-me um ouvinte pesado. Em todos os sentidos. Ouço música desde que acordo até dormir. Leio bastante, mas nem se compara ao que ouço de música.
Julian Casablancas, voz dos Strokes, lançou disco curto e ótimo (Phrazes for the Young). Oito músicas, 40 minutos de som. Perfeito. Out of blue, o início dos trabalhos, está incrustada em meu cérebro. É a música que ouço quando não estou ouvindo nada.
As críticas se dividem. Uns gostaram, outros, não. Euzinho estou apaixonado.
Phrazes é caso raro de disco sem desperdício. Há três faixas bônus em algum lugar. Não me interessam. As oito do cd com tempo de vinil me bastam.
Casablancas, segundo ele mesmo, canta sob influência de Lou Reed. Melhor influência não poderia haver. Reed e Casablancas cantam histórias e personagens nova-iorquinos.
Logo, sairá novo disco dos Strokes. Se não sair, este generalista conformar-se-á com Julian Casablancas em carreira solo.

segunda-feira, fevereiro 08, 2010

CALOR


– Foi essa porra de calor. Não estou conseguindo raciocinar. Você acha que em meu juízo normal faria uma loucura dessas?
– Agora, já era. Você sabe que a Sula está com o Inácio.
– Aquele puto vivia na boca de espera. Vacilei.
– Não pouco. Uma mulher como a Sula...
– A briga começou por causa de uma bobagem. Pedi a ela pra comprar um ar condicionado. Esse calor do cacete... Meu nome está sujo. Aquele som, lembra?
– Ela não quis comprar?
– Esperneou porque a conta de luz iria pro espaço. Argumentei, Pô, Sula, faço gato pra todo mundo. Ela ficou puta da vida. Você é enrolão, vigarista. Eu, não. Gosto de andar certinha. Então, ande certinha sozinha. Peguei minhas coisas e me mandei.
– Tudo o que o Inácio queria.
– Deixa ele curtir um pouquinho.
– Tudo bem, mas, cara, não dá pra você ficar aqui muito tempo. A patroa já está chiando.
– Sua mulher nunca gostou de mim. Faz o seguinte, me dá dois dias e resolvo.
– Como?
– Vou investir na Iracema.
– A setentona?
– A velha tem boa casa, me dá mole há um tempão e ar condicionado engatilhado por mim.
– E a Sula?
– Quando passar esse calorão do caraio, levo um papo com ela. Mas só volto se ela comprar um ar.

sexta-feira, fevereiro 05, 2010

DESENCANTO

Gosto de enfatizar: não gosto de futebol, gosto do Flamengo.
Nada me faz assistir uma partida de futebol em que o Flamengo não esteja presente.
Em Copas do Mundo, vejo a Seleção Brasileira. Sem entusiasmo.
O entusiasmo se foi em 1982. Sou clichê: aquela foi a Seleção que mais me impressionou.
Fui torcedor fanático de 1968 (aos 15 aninhos) até o meio da década de 80. Em 80 e tal libertei-me completamente do futebol. Identificava-me como rubro-negro e só. Sacaneava os amigos de outros times quando o Flamengo vencia, fingia ficar irritado ao ser sacaneado nas derrotas do rubro-negro. Era a tal da contrapartida.
No século 21 voltei a ter interesse moderado pelas atuações de meu time. Se ia mal no Campeonato Brasileiro, no Carioca brilhava. À minha volta tenho outros cariocas para sacanear. É o que me importa.
Neste começo de 2010, volta a dominar-me o desinteresse pelo destino do Flamengo. A briga Petkovic X Marcos Braz, fato que por si só não justificaria a decisão tomada por mim de não perder mais tempo com futebol, irritou-me de tal forma que me preocupou.
As últimas linhas que li sobre o caso (e serão as últimas, mesmo) apresentavam declarações do jumento que dirige o futebol rubro-negro:
1)  “Alguém acredita que Petkovic ficou andando de carro pela Tijuca, aguardando a eventualidade de ser chamado para o antidoping.”
2)  “Adriano e Vagner Love têm tratamento diferenciado no Flamengo. Os dois perderam muito dinheiro para jogar no Rio. Se Adriano e Love quiserem faltar a treinos, eu libero. O elenco não se incomoda com isso. Se têm dúvidas, perguntem aos jogadores. Eles adoram os dois.”
Examinemos os dois pontos.
Mesmo não acreditando na versão do jogador, o que ganha o dirigente e asno chamando-o de mentiroso pela imprensa? Ou melhor, o que ganha o clube com isso?
Fernando, meio-campista, também foi substituído no intervalo do jogo em que o Flamengo era implacavelmente sovado pelos bambis cariocas. Disse que avisou à direção técnica que estaria no estádio e, pelo celular, poderia ser alcançado, caso fosse sorteado no antidopping.
Se eu tivesse de descrer de uma dessas versões, escolheria a segunda. Pet informou que estava em seu carro, curtindo o ar-condicionado, ouvindo o jogo pelo rádio. Quem tem experimentado o calor infernal do Rio de Janeiro, não custa a crer em suas palavras.
Fernando foi para o meio da galera, com o time perdendo por 3 a 1 e dando pinta que ia levar outros três. Quis oferecer-se em sacrifício vivo à torcida sanguinária. Santa ingenuidade, diria o Robin tricolor.
O outro ponto.
Vagner Love estava escondido de Dunga no CSKA. Veio para o Palmeiras por entender que aqui, em um time com grandes chances de chegar à Libertadores, a cornetagem seria ampla. Os porcos não se classificaram para o torneio continental. O Flamengo, conduzido por Petkovic, chegou ao título nacional. Love não jogava bem. Lá fora, seria conduzido à reserva. Aqui, quase levou porrada de torcedores. O Flamengo torna-se, dessa forma, opção mais do que viável.
Perdeu dinheiro, o Artilheiro do Amor? Perdeu para ganhar. Se for à Copa e a Seleção faturar o título, Love sobe alguns degraus em direção ao Olimpo. Ele recusou oferta milionária do Hamburgo, trombeteiam os inocentes. Se aceitasse tal proposta, não iria à Copa e estaria preso a um time maromenos. A proposta, se viesse de Real Madrid, Barcelona ou outro time deprima, seria analisada com muito mais carinho. Se Dunga não o chamar, daqui a seis meses ele volta para onde estava. Então, não me venham com esse papo de vou para o Flamengo porque quero ser feliz. Num fó.
Dez em cada dez jogadores que voltam ao Brasil em idade produtiva (Ronaldão e Roberto Carlos estão fora dessa) querem garantia de visibilidade e titularidade. Só time brasileiro garante as duas coisas.
Adriano, pobre menino rico, estava triste na Internazionale. Triste e na reserva. E na reserva ficaria porque nada estava jogando. Aqui no Flamengo o futebol dele sobra e, por isso, voltou a ser feliz. Ganha muito bem e faz o que quer.
A declaração final de Braz é um primor de desfaçatez (acho essa palavra maravilhosa). “O elenco adora os dois, não ligam para os privilégios que têm”. Sabemos todos que é mentira, mas ninguém dirá. Quem tem, tem medo.
Gosto de Petkovic, mas também admiro Adriano e Love. Nenhum dos três, no entanto, joga por amor. São profissionais. Bem, talvez Adriano, nem tanto.
Irrita-me, portanto, o discurso de que estou aqui para ser feliz.
Irrita-me mais ainda um dirigente tentar justificar seu ato insano alegando que há jogadores que têm privilégios porque fazem o favor de jogar no Flamengo. Pera lá...
Um dia volto a torcer pelo Urubu. Vou dar um tempo. Uma coisa só, garanto: nesse espaço não volto a falar de futebol.

terça-feira, fevereiro 02, 2010

PIN-UPS Alberto Vargas





IRRACIONAL

Tenho certa aversão a autoridades.
O poder é fó, perverte, mesmo.
Pior do que o poderoso são os satélites que orbitam em torno do manda-chuva.
Dirigentes de futebol causam-me asco. Tanto quanto políticos, um pouco mais do que religiosos.
Esse tal de Braz, do meu Flamengo, é um presepeiro. Um merda que acha que é mais do que é.
Quem nos dá alegria são os jogadores.
Em vez de a direção do Flamengo estar curtindo a chinelada que o time deu no tricolor, perde tempo com bobagens facilmente contornáveis, não fora a vaidade enorme desses pilantras que dirigem TODOS os clubes de futebol no Brasil.
Domingo, irracionalmente feliz com a vitória de meu time, não podia nem imaginar que o palhaço que dirige o futebol do rubro-negro fazia o possível para tirar do time o jogador (chato, vaidoso, mas craque) que foi símbolo da conquista de poucos meses antes, um mero título nacional.
Esse mesmo idiota tentou, de toda maneira, embarreirar a renovação de Andrade, que mais uma vez neste domingo mostrou que sabe tudo de futebol. Ameaçou o ídolo da torcida com a efetivação de outro auxiliar, como quem afirma: "Técnico é tudo igual. Se Andrade não quer ficar, trago outro auxiliar que fará o mesmo que ele".
Se nossa presidente não atirar no esgoto esse jumento, sei não...