terça-feira, fevereiro 28, 2006

Carnaval carioca

Fui domingo à tarde em Ipanema.
Precisei descer do ônibus, por causa do engarrafamento, no final de Copacabana.
Muita gente na rua.
Passei pela Rainha Elisabeth, Praça General Osório e bom pedaço da Visconde de Pirajá.
Às 18h30 peguei um ônibus voltando pro subúrbio.
Não ouvi nenhum som de música, nenhum batuque.

Embratel: confia quem é otário

Há alguns anos comprei um telefone da Vesper.
Não era grande coisa.
A Vesper foi engolida pela Embratel, o serviço, sem surpresa, piorou muito.
Há um ano deixei a base do meu telefone cair.
Os técnicos alugados pela Embratel não fazem conserto, repõem aparelhos.
Comprei a base e menos de 365 dias depois ela pifou sozinha.
Pedi assistência técnica.
Da Embratel me ligou uma pernóstica: "Ou o senhor compra outro aparelho ou perde a linha. Não trabalhamos mais com essa base Motorola. Nossos alugados não consertam, só repõem".
Pensei em processar a Embratel, mas me contento com apenas um singelo desabafo:
EMBRATEL, vá se fuder.

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

Coisa bonita de se ver - Nicole Kidman

Tá difícil

Li ontem no Estadão que José Serra se aconselhou com o astrólogo Quiroga, que dá expediente no Caderno 2, sobre a conveniência de se lançar candidato agora.
O astrólogo aconselhou Serra a ficar no mocó.
Temos um pré-candidato, o Escroquinho, que diz falar com Deus.
Nosso presidente é o que é (tá legal, confesso, votei nele).
Alckmin é fãzoco da Opus Dei.
E César Maia (apesar de lunático) pergunta ao caboclo Cobra Coral se vai chover.

Tá difícil escolher.
Falta pintar um homem-bomba e um macumbeiro que anda sobre brasas.

segunda-feira, fevereiro 06, 2006

Lição de vida

- Filho, você sabe que papai está morrendo...
- Que isso, pai...
- Não me interrompa. Tenho pouco tempo. Preciso reparar um mal que fiz a você.
- Pai, você sempre foi carinhoso, me deu a melhor educação que pôde, me ensinou o valor de ser uma pessoa boa, honrada, solidária, firme em seus valores.
- É isso, filho. São essas bobagens que você deve esquecer.
- Pai...
- Filho, sempre me pautei nesses princípios. Onde cheguei?
- Pai...
- Filho, há dois dias eu estava na maca, lá embaixo, na emergência. Hoje estou nesse quarto particular em um hospital onde não deveria haver quartos particulares.
- E então, pai...
- O Osvaldo me colocou aqui. O Osvaldo que eu carreguei nas costas durante toda a minha vida estudantil. O Osvaldo, o cara mais burro que conheci. Hoje é um homem riquíssimo, influente.
- Pai, muita gente rouba, ganha a vida desonestamente. É isso que você quer para mim?
- O Osvaldo nunca roubou. Ele é adepto do baba-ovismo. Há muitos anos ele me convidou para ser como ele. Confesso que achei abjeta a condição dele: sempre com um ovo na boca.
- Pai, não é fácil ser baba-ovo.
- Eu sei, meu filho. O Osvaldo é um talento nato. Ele se aproximou de mim criança. Vivia me dando bolas de gude, pipas. Na adolescência, até garotas arrumava para mim. Tudo por interesse. Ele sempre ganhou com nossa amizade. O baba-ovo não faz nada de graça.
- Pai, ele arrumou este quarto para você.
- Deve haver um motivo. Mas, filho, estou morrendo. Procure o Osvaldo, peça a ele para iniciá-lo no baba-ovismo. Nós estamos no Brasil. Só ladrões e baba-ovos prosperam. Ladrões correm o risco de ser presos, baba-ovos, não.
- Pai, vou pensar.
- Filho, acho que, infelizmente, você viverá na merda como eu. Talvez o baba-ovismo seja mais complexo do que imaginava. Quem sabe não é genético?
- O Osvaldo tá chegando, pai.
- E aí, filho?
- Osvaldo, há quanto tempo. Tem uns dez anos que não te vejo. O tempo não passou pra você. Parece até que tá mais jovem.
- Isso, filho. Meio artificial, mas você vai aprender.