quarta-feira, agosto 29, 2007

Mermão

- Mermão, cê simporta seu ti passar pra outra Kombi?
- Claro, vou descer depois do viaduto.
- Eu ia voltar daqui. Tô tomando preju nessa viagem. Só peguei você.
- Ô cara, o viaduto é aí na frente.
- Mermão, tava te dando uma idéia. Agora, desce aí. Nem precisa pagar.
- Nunca mais entro numa porra dessa.
- Entra sim. Num tem dinheiro pra pegar táxi, num tem ônibus na rua, num tem disposição pra andar a pé. Tem de pegar a gente mesmo.

Coisa bonita de se ver - Jessica Alba

Jessica Alba me chamou a atenção em um seriado de James Cameron, Dark Angel.
Jessica é linda e não compromete como atriz.
No Quarteto Fantástico, loura insípida, não está em seu apogeu.
Deslumbrante, podemos vê-la em Sin City.

Guerreiro

Nunca fui chegado a embates corporais. Dar e levar porrada nunca foi a minha.
Garotos, no entanto, brigam. Por afirmação, estupidez e um porrilhão de outros motivos.
Até o começo da adolescência, briguei duas vezes. Brigas arranjadas pelos bons amigos que me cercavam. Os dois oponentes que enfrentei, em comum comigo tinham a covardia. Um era um provocador covarde. O outro era só covarde.
Com o primeiro desentendi-me no recreio. Estava no ginásio. Discutimos e logo ouvi a frase temida: “Me espere lá fora, depois da aula”. Engoli em seco. Os amigos vibraram. Passei o recreio apavorado. Já estava subindo pra sala de aula, quando aquele que iria me encher de porradas se aproximou e, clemente, disse: “Dessa vez passa, mas na próxima...”
Eu aceitaria, jubiloso, os termos do cagão, mas os amigos interferiram: “Sem essa, depois da aula vocês vão resolver a parada, né, gordo?”. É, né.
A luta foi breve. Um começo de estudos: um ia pra lá, o outro vinha pra cá. Mantínhamos uma boa distância entre nós. Generoso, alertei meu desafeto sobre o perigo de ele ser atropelado. “Cuidado, você está no meio da rua.” Ó hipocrisia, queria era que um ônibus o esmagasse.
O poltrão, aproveitando-se de minha distração, investiu contra mim. Já ia me cagar quando o bundão tropeçou e caiu de costas no chão. Entendi que já tinha esgotado minha cota de generosidade e lancei-me, junto com meus 90kg, sobre as costas do parvo. Se quisesse poderia tê-lo sodomizado, mas nunca fui chegado a rosquinha masculina. Bati até os amigos nos separarem e me carregarem em triunfo.
A minha segunda pugna também foi acertada pelos amigos. O adversário era tão medroso quanto eu. Depois da aula, enquanto a turba, ávida de sangue, esperava por nós, escondemo-nos em uma sala e esperamos. Quando todos foram embora, saímos, atravessamos a rua e chupamos um chicabom na carrocinha que ficava em frente ao colégio.
Daquele dia até hoje, nunca mais ninguém me fez brigar.