sábado, dezembro 30, 2006

ARRRRRRGH!!!!!!!!

2007.
O novo ano promete.
Festa na República dos Babacas.
De festa entendemos todos.
Rebolemos a bundinha.

SADDAM

Saddam Hussein foi enforcado.
Está morto.
Nem a família sentirá saudades.

quinta-feira, dezembro 21, 2006

Elefante

Morri.
Três balaços no peito.
Aos 16, namorei um babaca.
Me fez um filho.
Me corneou.
Fui embora.
Sofri.
Criei meu filho sozinha.
Onde te encontrar, te mato.
Dez anos depois, morri.
O babaca tinha boa memória.

Pra quem gosta / Luci Clarkson

domingo, novembro 26, 2006

O prego

Dinho, a gente sempre foi amigo. Lu, sou apaixonado por você. Eu e Nelsinho estamos namorando. Lu, o prego? É o amor de minha vida.
Dinho, acabei com o Nelsinho. O prego? Você estava certo, por que sumiu lá de casa? Um ano de namoro, não tinha nada pra fazer lá. E você e Jane? Vamos ficar noivos.
Dinho, há quanto tempo? Cinco anos. E a Jane? Não deu certo, separamos. Por quê? Sempre fui amarrado em você, mas, essa barriga... É pra dezembro.
Dinho, não esperava te encontrar. A noiva é amiga de minha mulher. Casou de novo? Terceira vez, em 14 anos, mas com a Dulce estou há quatro anos, acho que parei. Estou no segundo, três filhos, pensando em sair pro terceiro. Tá ruim? Muito.
Quem, o Dinho? Morreu de quê? Assassinado? Foi o homem de minha vida. No começo, um prego nos separou. Depois, a vida.

Um merda

- Por que matar o cara?
- Você viu a casa dele?
- E daí, Neco? A gente tava com a grana, jóias, o lepitópi...
- Fiquei puto.
- O cara tava dormindo. Nem viu o que aconteceu.
- Tava cheio de cana.
- E daí, Neco, cê é do AA? Vai todo mundo correr atrás da gente. O ganho esse bêbado nem entregava.
- Hoje de manhã tava sem um puto e olha que corro atrás. Olhei pros meninos e me deu uma tristeza duca.
- E...
- O menor acordou e me pediu 10 pratas. Aí, moleque, não tenho. Pó, pai, tá sempre duro, sempre na merda.Dei uma porrada nele. O putinho me encarou.
- Cara, se soubesse não tinha te chamado.
- Mas chamou. Nunca tinha entrado nesses lances. Sou trabalhador. Você falou que era limpeza, a Verinha puta, cliente dele, te deu o serviço: sempre de porre, cheio da grana, herdou tudo que tinha, nunca trabalhou.
- E ainda deixei o 38 contigo.
- Fez bem. Descarreguei nele. Seguro a bronca. Matei um merda.

quinta-feira, novembro 16, 2006

COISA BONITA DE SE VER - Lauren Graham

É só por ela que eu vejo Gilmore Girls.

Pregador burro

O pregador aponta a multidão dentro da igreja e grita pra mim, telespectador desavisado: PODE ESSA MULTIDÃO ESTAR ERRADA? ERRADO ESTÁ VOCÊ.
Adolf Hitler tinha uma multidão com ele e Jesus Cristo, a quem o pregador deveria conhecer, foi condenado por outra.

Descamisados

Acredito piamente que só idiotas assistem novelas.
Idiotas aparentados com os que ouvem pancadão.
A nova das sete, escrita por Carlos (?) Lombardi, traz o indefectível Marcos Pasquim sem camisa.
Então, podemos concluir que as novelas de Lombardi, além dos idiotas, têm a assisti-las todos os que gostam de ver homens sem camisa.

Enlouqueci?

Vôlei é um esporte chato.
Fiquei toda a madrugada esperando a final feminina: Brasil vs. Rússia.
No último set, uma amareladazinha fez as meninas do Brasil perderem o título.
Eu me pergunto: o que está havendo comigo?
Por que ficar acordado pra ver uma merda dessa?

O gênio e o capiau

Atura-se um chefe incompetente e ignorante porque a alternativa, o desemprego, é pior.
Há um jogador de futebol que me faz sentar diante da tv para vê-lo jogar: Ronaldinho Gaúcho.
Dunga, o medíocre, resolveu barrá-lo na Seleção. Os especialistas dizem que é pra mostrar quem manda no pedaço.
Os mesmos especialistas afirmam que Gaúcho, na Seleção, não rende o mesmo que no Barcelona.
Ronaldinho Gaúcho não precisa agüentar chefe medíocre.
Não entendo por que não pede para que o esqueçam na Seleção e joga só pelo Barcelona, até o final de sua carreira.
O artista deve apresentar-se para a platéia que quer assisti-lo.
Deixe o capiau de gravata no bolso e o craque ucraniano dominarem a modalidade esportiva que tem semelhança com o futebol, mas futebol não é.

quinta-feira, novembro 09, 2006

Pr. Haggard explica-se

Não vejo nenhuma contradição entre o que digo e o que faço. Sou casado, tenho cinco filhos, amo minha esposa, já passei dos 50 anos. Não sou homossexual.
Sim, é verdade que mantive relações sexuais com um garoto de programas, mas isso não invalida minha luta contra o homossexualismo.
O homossexualismo é do diabo e vivo em constante luta com o senhor das trevas. A maioria dessas lutas, venço. As poucas que perco me fazem queimar a rosquinha.
Eu sou aquele cinqüentão macho, pai de cinco filhos, conselheiro do Bush, que odeia veados.
O outro que também ocupa meu corpo é um sodomita derrotado.
Estou afastado do meu rebanho, mas como não há mais rebanhos de ovelhas e sim de burros, creio que com essa explicação poderei reassumir.

segunda-feira, novembro 06, 2006

Comprei, gostei, ouvi e recomendo

Continuum, música de John Mayer.
Pra quem não tem vergonha de ouvir música bem tocada.

Uma coisa ou outra

Há quem creia que é uma coisa ou outra.
Sempre sou nenhuma das duas.
Isso é problemático.

Pitbull lógico

Comoveu-me a cena do pitbull morto a tiros.
Um homem caminha com um pitbull. Vê um bêbado caído e resolve ajudá-lo.
Pede a uma mulher que segure a guia do pitbull. A mulher vacila.
Ele a convence. O cachorro é manso.
O homem atende o ébrio. A mulher abaixa-se para brincar com o cão.
O cão faz o que fazem os cães quando confrontados: ataca.
Uma mordida na garganta e a mulher está morta.
O cão agiu dentro da lógica.
Ninguém ajuda bêbados caídos. Lugar de bêbado é na sarjeta, mesmo.
Ninguém segura a guia de um pitbull, voluntariamente.
Lamento a morte da mulher, mas piedade sinto pelo cão.

domingo, outubro 15, 2006

Paguei dez pratas na Bizz.
O mesmo babaca palpitou sobre os novos cds do Audioslave e do Justin Timberlake.
Desceu a lenha no Chris Cornell e endeusou o Timberlake.
Segundo o palpiteiro, periga a merda produzida pelo boyzinho ser disco do ano.
Só se for na casa dele.
De qualquer forma, é louvável a solidariedade entre a turminha.

sábado, setembro 23, 2006

Cornos

Cesinha era gente muito boa. Quando morreu, a vizinhança chorou.
Todos sabiam que sua mulher tinha um rolo com um engenheiro que morava no começo da rua.
O Cesinha sabia também. Se era do conhecimento de todos...
A mulher do engenheiro quis fazer um escândalo no velório do Cesinha. Disse que ia dar porrada na viúva.
Josefina arrastou-a pelo braço e sussurrou em seu ouvido: Amanhã você resolve a parada do jeito que quiser. Aqui exijo respeito ao Cesinha. A vida inteira que foi casado com essa vagabunda foi corno, mas era louco por ela. Depois que ele for enterrado, se quiser, arrumamos uma forma de reunir os três o mais brevemente possível.
A traída entendia Cesinha.
Só conseguiu dizer: Deixa pra lá, deixa pra lá.

sábado, setembro 16, 2006

Yeah Yeah Yeahs


Grande grupo.
Karen O é uma vocalista de respeito, mesmo sendo desrespeitosa.
Rock é atitude e ousadia.
Ando atrás do primeiro disco deles.
O que conheço, Show your bones, é ótimo.

Sua resposta vale um bilhão



Leitores profissionais, os críticos, precisam fundamentar seus comentários sobre determinado livro. Sou amador, compro meus livros, e aqui neste espaço não necessito ser coerente em meus pitacos.
Li um ótimo livro, Sua resposta vale um bilhão, do indiano Vikas Swarup (Companhia das Letras).
Um jovem fatura um bilhão em um programa de perguntas e respostas. Ignorante, a produção do programa não crê que ele pudesse saber as respostas das 12 perguntas que lhe foram feitas. Confrontado, o jovem diz, candidamente, que respondera àquelas perguntas por pura sorte.
Lá como aqui, a polícia já lhe dava umas porradas para descobrir como ele chegara às respostas.
Uma advogada o livra da polícia e o ouve contar sua vida e as 12 histórias que lhe deram as respostas para as perguntas do programa.
Vale o investimento em uma narrativa que mostra um pouco da cultura indiana e segue a cronologia das perguntas.

Amor

Tião estava apaixonado. A menina parecia corresponder, mas o pai marcava em cima. Como chegar na mina era o pensamento que virara obsessão na cabeça de Tião.
Leandro era fotógrafo. Fazia uns bicos pruma ong. Tinha livre trânsito na comunidade. O homem garantia. A ong dava uma força pros caídos da área.
Tião se chegou a Leandro. Leandro não se preocupou com o moleque carregando um fuzil maior que ele mesmo. Tava garantido pelo poder do movimento.
Aí, dá pra tirar umas fotos? Eu com as armas.
Tudo bem. Mas não vai sujar se cair em mãos erradas?
Você revela pra mim. Vou mostrar pro pai de uma mina que tô afim. O pai dela, quando sacar que eu tenho responsa, vai liberar.
Faz a pose. Tudo em nome do amor.

quarta-feira, setembro 13, 2006

Masoque

Sou cavalo de Masoque.
Tem manhã que ele incorpora e eu, em vez de ir para o trabalho de metrô, embarco no ônibus. Troco 15 minutos de suruba por mais de uma hora de agonia.
60 minutos com gente feia, fedorenta.
O ônibus se arrasta e Masoque comigo.
No superengarrafamento da Brasil, Masoque sobe. Me deixa sozinho. Gosta de sofrer, mas gosta mais de uma sacanagem.
Rio, purgatório da beleza e do caos, quase geme Fernandinha.
Pra mim restou o caos.
Masoque é um puto.

quarta-feira, agosto 02, 2006

COISA BONITA DE SE VER - CLARA MORGANE

Futebol

Passada a Copa do Mundo, que foi uma porcaria, quem gosta de futebol tem de conformar com o Campeonato Brasileiro.
Meu Flamengo está onde sempre esteve: brigando pra não ser rebaixado.
Sábado, Sávio estréia.
Pode ser que seja um flamenguista otimista, mas acredito neste time que o Flamengo formou.
Não é tão horroroso quanto os últimos que vi jogar.
Passes de três metros os caras conseguem acertar.
Campeão não vai ser, mas acho que dá pra ficar entre os cinco primeiros.
Será um progresso do cacete.

Sobreviventes

Morto Chico Science, imaginei que a Nação Zumbi não fosse longe.
Não acompanhei regularmente a carreira dos caras.
Comprei um cd, gostei bastante, mas estava longe de Da lama ao caos e Afrociberdelia com Chico.
Esqueci do Nação e fui ouvir outros sons.
Resolvi, não sei por que, comprar Futura.
Discaço.
O impossível, pelo menos pra mim, aconteceu.
Sobreviveram a Chico Science.

quarta-feira, julho 12, 2006

Críticos

Dizem os luminares da crítica musical:
Coldplay soa como U2, não passa de um sub-Radiohead.
Snow Patrol quer ser Coldplay.
Keane é Coldplay sem guitarras.
Elefant é mistura de David Bowie com Cure.
Interpol emula Joy Division.

Críticos de música, de cinema, de futebol.
Ganham pra falar merda.

sábado, junho 17, 2006

Lamento

Não há muita gente pra se lamentar quando morre.
Lamento, no entanto, a morte de Bussunda.
Gostava dele sem conhecê-lo.
Talvez se o conhecesse, não lamentasse.

O time

A República Checa chegou cheia de pose.
Gana a massacrou.
Foi roubada pelo conhecido ladrão brasuca, Carlos Simon.
Contra os checos sapecou a maior goleada da Copa: 18 a 0.
Argentinos o cacete, o time é Gana.

sexta-feira, junho 16, 2006

Melhor profissão do mundo

Acho que já disse isso aqui. Se o fiz, repetirei. Pudesse eu voltar no tempo, seria comentarista esportivo. Creio que é a única profissão em que se recebe salário para falar merda.
O comentarista esportivo precisa apenas de sua opinião, que não precisa ser inteligente nem inovadora. Particularmente, consigo ler um comentarista: Tostão. O resto é lixo.
Pior (muito pior) que o comentarista que escreve é o que participa de resenhas televisivas. São figuras grotescas. Profetas do já acontecido.
Gosto de futebol. Em época de Copa, assisto uma ou outra partida. Se não fosse tão viciado em barulho, ouviria as transmissões sem som. Fico chocado com o exército de jornalistas que é enviado para cobrir a Copa.
Mas a Copa está começando. Gostaria de ver o Robinho jogando desde o começo. Ronaldo deveria estar treinando à parte para voltar nas oitavas.É só minha opinião. Pena que não tenha um trouxa pagando para eu dizer essas coisas.

quarta-feira, abril 26, 2006

O subalterno

O chefe estava feliz.
– Saímos do vermelho este mês. Vai dar pra repassar alguma coisa pros funcionários.
O subalterno protesta:
– Mas, doutor, estamos saindo do sufoco agora. Não seria melhor consolidarmos esta situação antes de falarmos em aumento.
O chefe, rindo.
– Quem falou em aumento? Pensei em um bônus. Esses meses todos o pessoal tem se sacrificado. Atrasamos o salário algumas vezes. Cortamos plano de saúde. Não damos mais vale para refeição. A turma, mesmo assim, não deixou a peteca cair.
O subalterno insiste:
– Doutor, seu coração é muito grande. A turma deveria agradecer por ter um emprego. Se o senhor der bônus este mês, no próximo vão querer de novo.
O chefe, apreensivo.
– Talvez você tenha razão, Figueira. Creio que ia me precipitar.
O subalterno sugere:
– Acho melhor nem pagarmos amanhã. Vamos deixar pra semana que vem. Eu reúno o pessoal e digo pra ficarem tranqüilos porque estamos correndo atrás do salário do mês.
O chefe, pensativo.
– Tá certo, Figueira. Faça isso. Comunique os funcionários.
O subalterno exulta:
– Vou fazer um comunicado escrito, doutor. É mais profissional.
O chefe, cansado.
– Figueira, todo patrão precisa de um auxiliar como você. Insensível, perverso, cínico, bajulador, um verme.
O subalterno babeja:
– Muito obrigado, doutor, faço o meu melhor.

Chega de política

Eventualmente, fiz comentários políticos nesse espaço. Isso acabou.
Não tenho mais colhões para ler/ver/ouvir política.
Meu tempo precioso não gastarei nem considerando alguém para votar como síndico de meu condomínio.
Quer saber de política? Suma daqui.

Coisa bonita de se ver - Anna Kournikova

O tempo

Pat estava jurada de morte.
Namorou um soldado.
Ele subiu na carreira, virou gerente e quis ser dono de Pat.
Pat gostava do cara, mas propriedade dele não seria.
Terminou, saiu da comunidade, da cidade. O amor do general era doido.
Levou a mãe com ela, porque mais nada tinha pra levar.
Dez anos é muito tempo.
Voltou ao Rio. Um absurdo não poder vir à cidade.
Passou uma semana em casa de primos.
Ligou para amigas. Falou das saudades.
Perguntou do antigo namorado.
Ninguém sabia.
Há anos foi escorraçado da favela. Deve estar morto.
Não estava.
Três tiros e Pat morreu.
Antes de morrer, talvez tenha pensado: “Dez anos não é tanto tempo assim”.

terça-feira, abril 11, 2006

Releitura 1

Intencionalidade
Meu mozinho avisou:
– Tá ridículo, tênis e camiseta vermelha. Se enxerga, põe uma roupa mais sóbria.
– Sóbrio, eu... Qualé?
Os dois afro-brasileirinhos parece que também não gostaram do vermelho.
– Ô tio, o pessoal do 3º Comando não gosta de vermelho.
– E eu com isso? Tô cagando pro exército. A ditadura já acabou há muito tempo. Comunismo, vermelho, isso já foi.
– Tio, cê é folgado. A turma do 3º vai te tirar essa camisa pelo rabo.
– Não há mais espaço pro arbítrio. Sou cidadão em uma democracia. Vou onde quero, do jeito que quero. Os militares que cumpram suas obrigações.
Os moleques desistiram de mim, mas outros três baitolões que estavam perto, não. Me encheram de porrada e ameaçaram:
– Da próxima vez que aparecer de vermelho por aqui, morre.
Meu mozinho fazia os curativos e ouvia minhas lamúrias:
– Tudo secreta. Nenhum deles estava de uniforme. Tão caçando comunistas de novo.

sexta-feira, abril 07, 2006

A cura da insônia

A insônia é um mal global.
Cientistas buscam meios de acabar com ela. Encontram, no máximo, paliativos.
Milhões de pessoas gostariam de deitar-se para dormir... e dormir.
A cura da insônia, no entanto, está bem mais próxima do que se imaginava.
Elienai Castilho, médico pediatra, escreveu artigo para a prestigiosa revista Medicina Hoje, em que apresenta tese que vem sendo considerada revolucionária no meio acadêmico. O dr. Averald Ornnius, diretor da Clínica Morfeu, garante que a teoria de Castilho mudará todo o tratamento das doenças do sono.
“Sempre viajo de metrô e observo há muito tempo que nenhum passageiro ao se sentar nos bancos de cor laranja, destinados a idosos, gestantes e deficientes físicos, consegue ficar acordado. Há nesses bancos alguma substância, talvez mesmo a cor, que faz com que as pessoas quedem em sono profundo. Uma vez vi uma senhora idosa gritando no ouvido de um rapaz, pedindo que ele lhe cedesse o lugar. O rapaz, coitado, não conseguiu acordar, tão profundo era o sono em que estava. Creio, por isso, ser essa a solução para a insônia, pelo menos para uma parte do público interessado. Tenho observado que gestantes, idosos e deficientes físicos não dormem com tanta facilidade ao contato do banco de cor laranja. Mas descobrir a razão por que isso acontece é trabalho para pesquisadores mais gabaritados do que eu. Estamos muito perto da cura da insônia”, declarou o dr. Castilho

quarta-feira, março 29, 2006

O bicho da cara preta ataca novamente

Hermético Pascoal, 69 anos, se apaixonou por uma jovem de 26.
Daí pra cá anda fazendo mais asnices do que costumava fazer.
Ele não tem culpa.
O bicho da cara preta quando ataca costuma ser implacável.
Aproveite Hermético.
Sua música pitoresca não fará falta.

Coisa bonita de se ver - BEYONCÉ



Se fosse ela a dançar na Câmara, quem reclamaria?

CLIENTE CACHORRO

A nova coqueluche da “literatura” corporativa é Cliente cachorro.
Os autores, Daniel O’Shelly e Mary Severin preconizam que cliente precisa ser tratado como cachorro. “Tratado assim”, declara Severin, “num primeiro momento ele reage até com alguma agressividade, depois volta com o rabo entre as pernas”. O’Shelly completa o pensamento de Severin: “Normalmente, o cliente nem reage. Ele gosta de ser tratado como cachorro”.
Grandes empresas no Brasil compraram o livro e distribuíram entre os funcionários que lidam diretamente com o público. A OI, o jornal Estado de S. Paulo, a TVA e a Embratel são algumas das empresas que estão adotando o livro com sucesso retumbante.
“Um cliente telefonou reclamando do nosso telefone, o Livre. Não esperei nem que ele terminasse de falar e disse que se ele não estivesse satisfeito com nosso serviço que procurasse outra operadora. Ele até me pediu desculpas”, contou uma feliz funcionária da Embratel e leitora entusiasmada de Cliente cachorro.
Sebastião Civitta informou-nos que a adoção dos princípios de Cliente cachorro talvez seja a salvação da TVA, que chafurda no buraco há muito tempo. “Estamos pensando, inclusive em mudar a forma de nossas funcionárias atenderem o telefone. Em vez de ‘TVA, fulana de tal, em que podemos ajudar?” usaríamos ‘O que você quer, porra’”.

Elefoa bailarina

A elefoa bailarina declarou que se fosse bonita e gostosa a reação da imprensa teria sido outra.
Tem razão.
A imprensa reagiria de outra forma e ainda pediria pra ela tirar a roupa.
Seria pelo menos um espetáculo bonito de se ver.

Danço, mesmo sendo gordo

Fiquei comovido ao ler na Folha de S.Paulo que a FNAC está preocupadíssima em baratear o preço dos livros. "Preocupamo-nos em tornar os livros acessíveis ao povo brasileiro", declarou um diretor do shopping de livros, cds e assemelhados.
É por essas e outras que eu danço.

Pragmática

- Dudu, estou grávida.
- E aí?
- Você é o pai.
- Cumé que vou saber?
- Só transei com você.
- Quem me garante?
- Eu.
- Não é suficiente.
- Podemos fazer exame de DNA.
- Não posso me casar agora.
- Casar com você? Tá louco. Nem foder você sabe. A gravidez foi um acidente. Não sei se tenho a criança ou se tiro. De qualquer jeito, vou precisar de dinheiro.

Este é um país que vai pra frente...

Vi foto na Folha de S.Paulo que me deprimiu.
Ando me deprimindo muito, será que depois de meio século de vida estou encontrando uma nova razão de viver?
Sem divagações.
Deprimiu-me ver brasileiros em pé, por horas (a legenda informou) aguardando o visto para Bushlândia.
A arrogância americana é insuperável.
O servilismo brasileiro, incomparável.

Da mesma substância

Às vezes me bate um grande desânimo.
Por querer preservar a saúde periclitante que tenho, não leio mais noticiário político.
Lula para mim foi uma decepção e ponto final.
Ele e Collor são feitos da mesma substância. Não são diferentes porque têm origens diferentes. Ambos são destituídos de caráter, mergulharam fundo na corrupção.
Um foi punido; o outro será nosso presidente por alguns anos.
Preciso me manter são e animado.
Não está fácil.

terça-feira, fevereiro 28, 2006

Carnaval carioca

Fui domingo à tarde em Ipanema.
Precisei descer do ônibus, por causa do engarrafamento, no final de Copacabana.
Muita gente na rua.
Passei pela Rainha Elisabeth, Praça General Osório e bom pedaço da Visconde de Pirajá.
Às 18h30 peguei um ônibus voltando pro subúrbio.
Não ouvi nenhum som de música, nenhum batuque.

Embratel: confia quem é otário

Há alguns anos comprei um telefone da Vesper.
Não era grande coisa.
A Vesper foi engolida pela Embratel, o serviço, sem surpresa, piorou muito.
Há um ano deixei a base do meu telefone cair.
Os técnicos alugados pela Embratel não fazem conserto, repõem aparelhos.
Comprei a base e menos de 365 dias depois ela pifou sozinha.
Pedi assistência técnica.
Da Embratel me ligou uma pernóstica: "Ou o senhor compra outro aparelho ou perde a linha. Não trabalhamos mais com essa base Motorola. Nossos alugados não consertam, só repõem".
Pensei em processar a Embratel, mas me contento com apenas um singelo desabafo:
EMBRATEL, vá se fuder.

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

Coisa bonita de se ver - Nicole Kidman

Tá difícil

Li ontem no Estadão que José Serra se aconselhou com o astrólogo Quiroga, que dá expediente no Caderno 2, sobre a conveniência de se lançar candidato agora.
O astrólogo aconselhou Serra a ficar no mocó.
Temos um pré-candidato, o Escroquinho, que diz falar com Deus.
Nosso presidente é o que é (tá legal, confesso, votei nele).
Alckmin é fãzoco da Opus Dei.
E César Maia (apesar de lunático) pergunta ao caboclo Cobra Coral se vai chover.

Tá difícil escolher.
Falta pintar um homem-bomba e um macumbeiro que anda sobre brasas.

segunda-feira, fevereiro 06, 2006

Lição de vida

- Filho, você sabe que papai está morrendo...
- Que isso, pai...
- Não me interrompa. Tenho pouco tempo. Preciso reparar um mal que fiz a você.
- Pai, você sempre foi carinhoso, me deu a melhor educação que pôde, me ensinou o valor de ser uma pessoa boa, honrada, solidária, firme em seus valores.
- É isso, filho. São essas bobagens que você deve esquecer.
- Pai...
- Filho, sempre me pautei nesses princípios. Onde cheguei?
- Pai...
- Filho, há dois dias eu estava na maca, lá embaixo, na emergência. Hoje estou nesse quarto particular em um hospital onde não deveria haver quartos particulares.
- E então, pai...
- O Osvaldo me colocou aqui. O Osvaldo que eu carreguei nas costas durante toda a minha vida estudantil. O Osvaldo, o cara mais burro que conheci. Hoje é um homem riquíssimo, influente.
- Pai, muita gente rouba, ganha a vida desonestamente. É isso que você quer para mim?
- O Osvaldo nunca roubou. Ele é adepto do baba-ovismo. Há muitos anos ele me convidou para ser como ele. Confesso que achei abjeta a condição dele: sempre com um ovo na boca.
- Pai, não é fácil ser baba-ovo.
- Eu sei, meu filho. O Osvaldo é um talento nato. Ele se aproximou de mim criança. Vivia me dando bolas de gude, pipas. Na adolescência, até garotas arrumava para mim. Tudo por interesse. Ele sempre ganhou com nossa amizade. O baba-ovo não faz nada de graça.
- Pai, ele arrumou este quarto para você.
- Deve haver um motivo. Mas, filho, estou morrendo. Procure o Osvaldo, peça a ele para iniciá-lo no baba-ovismo. Nós estamos no Brasil. Só ladrões e baba-ovos prosperam. Ladrões correm o risco de ser presos, baba-ovos, não.
- Pai, vou pensar.
- Filho, acho que, infelizmente, você viverá na merda como eu. Talvez o baba-ovismo seja mais complexo do que imaginava. Quem sabe não é genético?
- O Osvaldo tá chegando, pai.
- E aí, filho?
- Osvaldo, há quanto tempo. Tem uns dez anos que não te vejo. O tempo não passou pra você. Parece até que tá mais jovem.
- Isso, filho. Meio artificial, mas você vai aprender.

quinta-feira, janeiro 19, 2006

Coisa bonita de se ver - Jennifer Garner

Bandas que tocam meu coraçãozinho - ACDC

Os áureos tempos de Let there be rock ainda com a voz de Bon Scott. Brian Johnson sempre foi um vocalista esforçado, mas jamais fez sombra a Scott. Claro, o coração (e pulmão) do ACDC sempre foi o menino problema Angus Young. Herói da guitarra como já não existe mais.

quarta-feira, janeiro 18, 2006

Coristas

Encontro o amigo. Ele está feliz.
– Fiquei noivo – fala e mostra a reluzente aliança de ouro na mão direita.
– Pô, até o mês passado você estava casado...
– Descasei.
– Bom, felicidade. Mas você não está indo muito rápido?
– Minha parceira me perguntou se eu era capaz de ficar noivo dela. A gente tá morando junto. Na igreja a turma já pressionava.
– No mais, tudo correndo bem?
– Nada. Minha mulher entrou com pedido de pensão pros nossos filhos.
– Três, né?
– Isso. Minha noiva ficou revoltada e fez o mesmo com o ex-marido. Ela tem duas crianças com ele.
– Pô, o cara entrou de gaiato.
– Nem tanto. Ele tá vivendo com a minha ex. A gente fez uma troca.
– Chato, né?
– Tá tudo bem. Só fico constrangido no ensaio do coro. Mas isso passa.

Show de horrores

Sol de rachar.
Metrô lotado de banhistas.
Eu, em roupa de trabalho, olho pras meninas espalhadas no vagão em sumários trajes praianos.
A pergunta em minha mente: “Em que show de horrores se apresentariam moçoilas tão assustadoras?”