sexta-feira, julho 27, 2007

PAN

É antipático, mas estou cagando pra quantas medalhas o Brasil vai ganhar no final do Pan.
O evento é interessante e dá pra perceber que se a imprensa não fosse tão preguiçosa boas histórias poderiam ser contadas, e não só de brasileiros.
Até domingo verei uma competição ou outra.
Não, vôlei masculino nem pensar.

terça-feira, julho 24, 2007

Inferno

- Tenho de comprar um analgésico pra minha mulher. Não sei qual, ela está grávida.
- É perigoso, mesmo. A minha, quando ficou esperando o Júnior, acho que só tomava Tylenol.
- Redoxon, será que faz mal?
- Vou ligar pra casa e perguntar a Solange.
******************
- Solange, na sua gravidez você podia tomar Redoxon?
- ...
- Hein!?!! Não, é a mulher do Fábio que tá grávida, e gripada...
- ...
- Você não conhece o Fábio. É um freguês aqui da banca.
- ...
- Mentira!?! Que mentira, Solange!
- ...
- Não engravidei ninguém...
- ...
- Mulher na rua, o cacete! Vou desligar.
- ...
- Você é louca.
******************
- Cara, me desculpe, minha mulher é muito ciumenta.
- Acabei te arranjando problema.
- O problema quem arrumou fui eu, quando me casei com ela. Mas não sei viver fora desse inferno.

Meninas

Comprei, de uma tacada, os cds da Bjork, Regina Spektor, Feist, Macy Gray e Dolores O’Riordan. Ouvi Volta, de Bjork, e desisti de voltar a ouvi-lo, pelo menos por enquanto. Não compro mais disco de minha ex-deusa. No cedepleier só os antigos da esquimó. O anterior dela, Medusa, já tinha achado uma merda incompreensível. Volta comprei por causa de algumas resenhas que li dizendo estar Bjork mais pop. Pode ser, mas o nível ainda está elevado para mim. Feist achei legal. A comparação com Cat Power não procede. Gostei do cd. Estou ouvindo com atenção. Macy Gray e Dolores O’Riordan, encostarei. O começo de Dolores é enganador. Parece que vai. Não vai. No futuro, volto a elas. Regina Spektor, ufa!, é uma redenção. Cedezinho bacana. Músicas que temos vontade de ouvir de novo e voz gostosa que faz com que pensemos que o mundo não é tão ruim assim.

Desafogo

Levantei-me no escuro.
Caminhei, às apalpadelas, até o banheiro.
Olhos abertos, não via o vaso sanitário.
Abaixei-me e com as mãos senti a tábua.
Levantei-a.
Não conseguia vê-la.
Mijei. Mijei tudo o que tinha pra mijar.
Acordei, puto, num lago de água quente.

segunda-feira, julho 16, 2007

Correios, essa merda

Encomendei em loja de São Paulo, como faço quinzenalmente há alguns anos, alguns CDs.
O envio foi feito por SEDEX, o preço cobrado o do SEDEX, mas a encomenda não chegou a minha casa sob a alegação de que a região onde moro é área de risco.
Gostaria de saber da empresa que monopoliza os serviços de entrega no país, o que não é área de risco no Rio de Janeiro? Se os Correios consideram a cidade do Rio de Janeiro perigosa para que seus delicados funcionários possam exercer sua profissão, é melhor passar o serviço a quem tenha interesse e competência para exercê-lo.
Sairei amanhã de casa e embarcarei em um ônibus para pegar a encomenda numa segura agência dos Correios. Lá serei atendido por trêmulos funcionários, assustadíssimos por que tiveram de sair dos condomínios onde moram, fortemente protegidos, para "trabalhar" nas agências espalhadas por essa terrível cidade. Talvez as agências dos Correios tenham heliponto e os funcionários cheguem para "trabalhar" pelos ares.
Não conheço ninguém que envie cartas (só cobradores). Agora, os Correios se recusam a entregar encomendas. Pergunto: para que servem os Correios. Sim, para dar empregos a parentes de políticos no poder.
Outra dúvida: se o pessoal não vai mais à rua por medo, por que não dispensar esse excedente e ficar só com os funcionários internos? Sobrarão mais computadores pra turma jogar paciência.
As agências deveriam trabalhar de portas fechadas e não permitirem a entrada de estranhos. Sei lá, o estranho pode estar mal-intencionado.
Os Correios são mais um exemplo da ineficiência do Estado. Tudo, TUDO que tem o Estado por trás funciona mal. E, muitas vezes, somos obrigados a usar alguns serviços que esses merdas monopolizam.
Que merda o Brasil ter vencido.

sexta-feira, julho 06, 2007

Pequena flor

- O senhor se importa de eu me sentar a seu lado?
- De jeito nenhum.
- É que o cinema está vazio... O senhor pode pensar que sou um homossexual querendo abordá-lo.
- Se você me abordasse, diria, de forma gentil, que sou hétero e lamentava não poder corresponder a seu gesto de carinho. Ressaltaria que tinha ficado lisonjeado com sua escolha, mas que por ter sofrido educação muito rígida não conseguiria me relacionar sexualmente com um outro homem. Diria, também, que até terapia faço para, quem sabe, expandir meus horizontes.
- Mas, meu senhor, também sou heterossexual. Só pedi para sentar ao seu lado por causa da localização.
- Um dia, eu e você nos livraremos desses grilhões.
- Senhor, acho que vou me sentar em outro lugar.
- O que disse incomodou-o, certo? Temos tanta certeza de tudo. Uma pequena incerteza nos desestabiliza.
- Sou heterossexual, casado. Amo minha mulher.
- Mas quis sentar-se ao meu lado. Sentiu-se inseguro. Buscou em mim, refúgio. Quando as luzes se apagassem, talvez você vencesse a hesitação e...
- Por favor, vou sair daqui.
- Vá, mas não fugirá para sempre. Pequena flor, seu destino está traçado.

Que sorte, Bush não nasceu em Inhaúma


Vi, há algumas semanas, Dixie Chicks: shut up and sing. A preguiça, que amo e odeio, me impediu de postar algo antes. O que vi foi um ótimo documentário de Bárbara Kopple.
Natalie Maines, voz principal das Dixie, no começo da guerra no Iraque, em concerto em Londres, disse se envergonhar de ter nascido no Texas de George Bush.
A turma da Bushland caiu de pau. Bush-filho, na ocasião, tinha grande apoio dos americanos. As moças, por isso, foram chamadas de antipatriotas, vadias, vendidas e outras coisinhas mais. Grupo country que vendia enormidade, as Dixie foram boicotadas nas rádios sertanejas de lá. O sertanejo é um forte, mas também costuma ser muito reacionário.
O documentário mostra as Dixie Chicks em plena crise. São acompanhadas na intimidade, em bastidores de shows, nos palcos.
A elaboração de Taking the long way, discaço que ganharia cinco Grammys, também é mostrada, mas, principalmente, Bárbara Kopple detém-se na perplexidade das Dixie. O grupo tinha um público fiel, vendia disco de montão e, de repente, uma declaração impulsiva levou-as a um turbilhão.
O tempo mostrou que Natalie Maines estava certa, mesmo que involuntariamente. Hoje, odiar George Bush é mania mundial. Ainda bem que ele não nasceu em Inhaúma.