quarta-feira, abril 25, 2007

Humanidade

Depois de muita reflexão e pesquisa, concluí que a humanidade se divide em três grandes grupos. Descrevo, a seguir, o comportamento dos representantes desses grupos.
Diante do alarido que acompanha a cópula de dois gatos saudáveis, o representante do primeiro grupo vira-se na cama e pensa, antes de voltar a dormir: “Uau, é o mundo seguindo seu curso”.
O do segundo se dá ao trabalho de levantar-se da cama e jogar um balde d'água em cima dos devassos. “Eu não fodo, ninguém fode”.
O último representante vê onde os gatos trepam e, no local, põe comida envenenada, esperançoso que ali, na noite seguinte, extenuados com a orgia sexual, os felinos façam ali sua última refeição. “O prazer dos outros me irrita profundamente”.
Às vezes, me dá vontade de jogar água nos gatos, mas quase sempre me viro pro outro lado e durmo.
O dia que eu preparar comida envenenada, espero ter coragem para eu mesmo comê-la.

sábado, abril 14, 2007

A melhor banda do mundo

Se me perguntassem qual o melhor grupo de rock de todos os tempos, não saberia responder. A cada época da vida, gostava mais de um determinado grupo ou cantor.
Já foram os melhores: Beatles, Yes, Genesis, Neil Young, David Bowie, Clash, Lou Reed, Who, Queen, Jesus and Mary Chains etc etc. Juntamente com esses, sempre ouvi muitos outros.
Lendo um post no blog de meu ex-chefe, o KreK, recordei-me de um hábito que em minha adolescência era normal, o de nos reunirmos para ouvir e discutir as novidades musicais. Tínhamos nossos grupos favoritos e os defendíamos com vigor.
Qual meu grupo favorito, hoje? Para responder a essa pergunta, olhei meus milhares de cds e vinis, consultei-os e eles quedaram-se em silêncio. Mas minha amiga TV socorreu-me. De lá saiu o som do The Flaming Lips, que se apresentava no programa de Jools Holland e nenhuma dúvida mais ensombreceu meu hesitante coraçãozinho. O The Flaming Lips é minha banda do momento.
Conheci-os tardiamente. Há dois anos. Tenho apenas três cds do grupo. Todos geniais. Minha dureza crônica me impediu de vê-los em show aqui no Rio e também me impede de comprar seus discos importados, mas o FL tem a alucinação necessária a um bom grupo de rock.
Perto deles chega o Arcade Fire. O primeiro cd do AF é obra-prima. Néon Bible, o segundo, está vindo para mim por Sedex, da Velvet. Se for tão bom quanto Funeral, terei um novo melhor grupo de rock do mundo para anunciar.

Exagero

Francês é mesmo esbanjador.
Manual pra turista escrito na terra do cê-cê recomenda que o cidadão da pátria do biquinho, ao andar por cidades brasileiras, traga no bolso 50 pratas para o ladrão.
Exagero. No Rio, meliantes, com ou sem farda, ficam exultantes com qualquer dezinho.

Valor

- Juquinha, acabou. Não dá mais.
- Por quê? Íamos tão bem.
- Você é um amor, mas não agrega valor.
- Claro que agrego.
- Fofo, carinhoso, atencioso, mas...
- Magali, a acusação que você me fez...
- Você não é feio, mas não é lindo; financeiramente, indefinido; intelectualmente, medíocre.
- Amor, você não terminou o médio. Pra mim você é linda, mas só pra mim.
- Juquinha, te amo, mas, daqui pra frente, só namoro quem me agregar valor.

quarta-feira, abril 11, 2007

Besta política

Sou uma besta política.
Por duas razões: não faço e não entendo política.
Bush enviou suas marionetes para o Iraque por duas razões principais: as armas químicas que Saddam escondia e a amizade que unia o perverso ditador a essa onírica figura chamada Bin Laden.
Há algum tempo sabe-se que não havia arma química alguma no Iraque. Agora, descobre-se que Saddam e Bin Laden nunca fizeram nem meinha.
Mais pra frente talvez saibamos que Saddam foi punido por causa de seu bocão (com curdos massacrados nunca alguém se importou).
O que nunca descobriremos é por que Bush atacou o Iraque.
Minha explicação é singela.
Bush é um jumento.
Saddam o provocou ele foi pra briga.
Ou melhor, mandou as marionetes brigarem por ele.

quinta-feira, abril 05, 2007

40

Paraíso Tropical, a novela, não vai bem.
As 40 donas-de-casa paulistanas foram convocadas para analisar o drama e dar a ele novos rumos.
Diagnóstico das notáveis: sexo animal é condenável; escroques são adoráveis e devem ter mais espaço na trama; gente muito ética é chata.
Lula gostou e mandou chamar as 40 paulistanas para conversar com seus 40 todos-nós-sabemos-o-quê.

domingo, abril 01, 2007

Piteuzinho

A grande maioria de minhas musas está no passado, mas aprecio belezas pós-modernas.
Varapaus, não. Beleza muito óbvia, também não.
Beleza com atitude, seja lá o que isso for, é o que importa.
Lilly Allen é isso aí.
Uma gracinha de menina com um disco delicioso gravado: Alright, still.
Seu primeiro e único trabalho me pegou pela despretensão.
Ela me lembra Betty Boo, outra graçola que eu adorava ouvir e ver.