Assistir
aos telejornais, por esses dias, tem sido mais desagradável do que o habitual.
Há umas duas semanas, crianças foram mortas por bombas químicas. Um horror. O
autor da monstruosidade ninguém sabe ao certo. A conta foi entregue a Bashar al
Assad, o carniceiro sírio. A consequência foi o bombardeio norte-americano a
uma base aérea síria. A Rússia fez ameaças, aliada que é da ditadura de Assad.
Donald Trump, elogiado pela ação, promete, agora, dar uma lição no bufão
norte-coreano. Aonde chegaremos ao final desta escalada de beligerância? Não
tenho a menor ideia.
No
Brasil, os de estômago forte não saíram da frente da TV vendo e ouvindo os
depoimentos dos delatores da Odebrecht. Delatores sorridentes e bem-humorados,
beirando ao escárnio, nos mostraram a subterrânea qualidade de nossos líderes.
E os menos ingênuos sabem que muito mais lama ainda virá.
Um
delator chegou a dizer que, em certo momento, havia prazer dos emissários da
Odebrecht em comprar corruptos. Mesmo sem necessidade, compravam. É bom que nos
lembremos: o dinheiro usado para comprar os marginais não era da Odebrecht, era
nosso.
Mudo
muito de ideia, graças a Deus, mas tenho pensado seriamente em não votar em
mais ninguém. Meu último voto foi de Pezão. Hoje, fico deprimido quando o vejo
na TV.
A
maior emoção eleitoral que senti foi na vitória de Lula, em 2002. A chegada do
PT ao poder me deu algumas esperanças, mas confesso que o ambiente republicano
da passagem de cargo de Fernando Henrique Cardoso para Lula também me animou.
Talvez por isso minha decepção com o PT tenha sido tão grande.
Militantes
petistas afirmam que sempre houve corrupção no Brasil. Quem não está à
esquerda, contra-argumenta dizendo que nunca se roubou tanto quanto nos
governos petistas. Meu ponto, como ex-petista, é: o PT não podia ser
instrumento de assalto ao país. Não me interessa se o PT roubou mais ou menos.
O PT não podia roubar.
Nós,
cariocas, para completar, ainda vemos o Estado do Rio destruído. A cidade vai
pelo mesmo caminho. Temos números de assassinatos que faz sombra à Síria. Quem
circula pela cidade com segurança? Morrem policiais, cidadãos, crianças. Um
celular custa a vida de inocentes. Matar se tornou ato banal. E não mais nos
grotões da cidade, nas comunidades. Nos dias que escrevo este editorial,
explodiram um banco na Av. 28 de Setembro, principal via de Vila Isabel;
mataram um jovem motoqueiro em Laranjeiras; dois policiais e uma menina, em
dias diferentes, foram mortos em Madureira e muitas outras desgraças, que não
me ocorrem neste momento, aconteceram.
Não
tenho ideia de para onde vão o mundo, o país, o estado, a cidade, mas o clima é
desalentador. Há desânimo no ar. As forças para superar o momento difícil,
precisaremos buscar em Deus. E é a Ele que precisaremos recorrer e, obviamente,
não esquecer de fazer a nossa parte.