domingo, novembro 26, 2006

Um merda

- Por que matar o cara?
- Você viu a casa dele?
- E daí, Neco? A gente tava com a grana, jóias, o lepitópi...
- Fiquei puto.
- O cara tava dormindo. Nem viu o que aconteceu.
- Tava cheio de cana.
- E daí, Neco, cê é do AA? Vai todo mundo correr atrás da gente. O ganho esse bêbado nem entregava.
- Hoje de manhã tava sem um puto e olha que corro atrás. Olhei pros meninos e me deu uma tristeza duca.
- E...
- O menor acordou e me pediu 10 pratas. Aí, moleque, não tenho. Pó, pai, tá sempre duro, sempre na merda.Dei uma porrada nele. O putinho me encarou.
- Cara, se soubesse não tinha te chamado.
- Mas chamou. Nunca tinha entrado nesses lances. Sou trabalhador. Você falou que era limpeza, a Verinha puta, cliente dele, te deu o serviço: sempre de porre, cheio da grana, herdou tudo que tinha, nunca trabalhou.
- E ainda deixei o 38 contigo.
- Fez bem. Descarreguei nele. Seguro a bronca. Matei um merda.