sexta-feira, janeiro 03, 2014

FIM


Às 3 da manhã do sábado, terminei de ler NA PRAIA, de Ian McEwan. Boa leitura, mas arrastada. Levei muito mais tempo do que deveria para vencer as cento e poucas páginas do bom texto de McEwan. Estou longe de ser um leitor rápido, mas uma semana foi demais.
Antes de dormir, levei para o trono FIM, de Fernanda Torres. Ia só dar uma olhadinha, enquanto abria espaço no cérebro para as atividades intelectuais das horas que viriam.
O livro de Fernanda Torres saiu e foi elogiadíssimo por todo mundo. Jô Soares a entrevistou e instalou-a em um pedestal. Falei com a esposa: “É bom ter amigos, ser filho de gente importante, pertencer às rodas certas”. Gosto de Fernanda Torres como atriz. Ela parece ser figura de muito bom trato e está sempre antenada. De qualquer forma, resolvi que não compraria o livro dela. Não naquele momento. Ação entre amigos não vai me forçar a ir à livraria, pensei, despeitado.
Rosangela comprou. Há umas semanas peguei o livro para escanear a capa. Ia publicar a sinopse dele em uma revista. Escaneei-o e deixei-o em cima da mesa. Na madrugada de sábado, era o livro que estava à mão para me acompanhar no momento de meditação.
Comecei a lê-lo pelas 4h e só parei às 18h, com breves intervalos para papar. O livro é mesmo tudo o que dizem e mais um pouco. Fernanda Torres tem a manha.
A narrativa acompanha os momentos finais de cinco amigos. Amigos de muitos anos que se afastaram por causa de semelhanças e diferenças. Dito assim não parece grande coisa, mas aí vem a manha. A danada sabe contar uma história, constrói personagens verossímeis, o que não é simples. É engenhosa, faz o vai e volta que o Cadu não faz. Exibe erudição, simplicidade, maturidade... É livro de riso nervoso. Melancólico, muitas vezes. Um livraço, em minha opinião.


UMA CURIOSIDADE: Perto do meio do livro aparece no texto um número de telefone. Eram 7h quando o vi. Curioso, liguei. Uma mulher atendeu. Ia falar qualquer coisa, mas me dei conta do horário e travei. Fingi que tinha ligado pro número errado. A dona desse telefone deve andar enlouquecida com os curiosos que estão ligando pra ela.

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