sábado, dezembro 02, 2017

CRISE, QUE CRISE?




Ontem, entrei na Riachuelo (ou RCHLO) para fazer um cartão da loja.
Fui conduzido por uma simpática moçoila ao analista de crédito.
- Por favor, sente-se.
Sentei-me.
- Identidade, CPF, comprovante de residência, título de eleitor, dois números de telefone de amigos, exame de sangue, foto abraçado com o Lula...
Tinha tudo.
- Sr. Utahy, tudo ok. Vou, agora, tirar uma foto do senhor. É um procedimento de segurança.
Disse isso e puxou uma camerazinha acoplada ao computador.
- O senhor poderia tirar o boné?
Tirei, claro.
- Sr. Utahy, não estou conseguindo fazer a foto. Eles mudaram o sistema. Este é muito mais sofisticado. Há muitas lojas querendo copiar nosso sistema. O senhor poderia tirar os óculos?
Tirei, claro.
- Ainda não estou conseguindo fazer a foto. Sistema avançado tem essas coisas. É muito detalhista. Sr. Utahy, reparei que o senhor tem as pálpebras caídas. Se importa de abrir mais os olhos?
Abri, claro.
- Não, não precisa arregalar tanto. O sistema estranha. Ele é muito sensível. Olho normal. Normal.
Normalizei.
- Ainda não foi. Deve ser a barba. Passe a mão na barba. Ponha-a o mais pra baixo, possível.
Obedeci.
- Sr. Utahy, o senhor se importa de vir até a máquina da colega. A minha pode estar com problema.
Fui.
- É, não foi. Venha até essa outra aqui. Esse sistema é muito sofisticado. É demais.
Fui, de novo.
- Sr. Utahy, levante um pouco a cabeça. Infelizmente, não adiantou.
- Tudo bem. Deixa pra lá. Fico triste de não poder ter o cartão RCHLO, mas, o que fazer?
- Bem, se o senhor quiser dar uma rejuvenescida e raspar a barba, apareça.
Ontem, eu estava de excelente humor, mas ocorreu-me mandar o garoto se foder.

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