quinta-feira, setembro 17, 2015

MULHERES PODEROSAS

Paula Hawkins

Sophia Hannah

Gillian Flynn

Gillian Flynn, Paula Hawkins e Sophia Hannah são escritoras bem-sucedidas. Flynn e Hannah, mais do que Hawkins (estão há mais tempo na estrada), mas é do livro desta última que gosto mais, ressaltando, no entanto, que todas as obras mencionadas neste texto li e apreciei muito. Começo pela iniciante, muito promissora, Paula Hawkins.
Uma mulher, todos os dias, viaja de trem para o trabalho. De sua poltrona no trem, observa um casal que vive na rua em que ela viveu. Os breves momentos que o trem para no sinal são suficientes para ela criar uma mitologia do casal. Um dia, algo acontece. O que acontece é o material do ótimo “A garota no trem”, da estreante Paula Hawkins. O primeiro romance da autora, depois de 15 anos no jornalismo, foi best-seller do New York Times e vai virar filme com Emily Blunt e Rebecca Ferguson. Hawkins admira as escritoras Donna Tart e Gillian Flynn. São mesmo admiráveis.
Gillian Flynn teve dois de seus livros lançados no Brasil: “Objetos cortantes” e “Garota exemplar”. “Garota” já se transformou em filme e pode ser visto sem esforço nos canais Telecine. O filme, não sei; o livro é intrigante e angustiante.
No dia do aniversário de 5 anos de casamento de Nick e Ammy Dunne, ela desaparece. Ammy é uma boneca. Seus pais criaram um personagem, Ammy Exemplar, baseado na filha, que estrelou vários livros. Ammy era uma “celebridade”. Nick é o principal suspeito do desaparecimento e, quem sabe?, morte de Ammy. Mas nada é o que aparenta em “Garota Exemplar”. Como deve ser em um bom romance policial.
As protagonistas dos romances apresentados neste texto são, no mínimo, problemáticas. Uma é alcoólatra; outra, obsessiva; a terceira, psicótica; a quarta, egocêntrica.
As três autoras usam o recurso seguro da narração em primeira pessoa. Ao fazerem assim, nada do que você lê é, necessariamente, verdade. Gillian Flynn, em “Garota exemplar”, ainda vai mais longe e usa o recurso com engenhosidade. Aliás, as três autoras são carpinteiras eficientes.
A terceira autora, mencionada, mas não apresentada, é Sophie Hannah. Poeta, autora de livros infantis e, obviamente, escritora de romances policiais, teve a honra de ser convidada para reviver, em livro, Hercule Poirot, o detetive que, na Grã-Bretanha, rivaliza com Sherlock Holmes em popularidade.
“A vítima perfeita” nos apresenta outra mulher com sequelas. Sobrevivente de um estupro, Naomi Jenkins se encontra todas as semanas com Robert Haword, um homem casado, em um hotel barato. Quando ele falta ao compromisso, ela percebe que algo grave aconteceu. Os desdobramentos são narrados com engenhosidade.

As três autoras são, na opinião deste leitor sem pretensão a fazer crítica literária, ótimas. Quatro livros que entretêm o leitor de romances policiais e mostram muito da natureza humana. Somos gente estranha, mesmo que não gostemos de admitir.

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