Atacante
brilha na partida. Faz gol de placa, dá passe (ou faz assistência, como
preferem os antenados) milimétrico para o segundo tento e marca
implacavelmente, livrando seu time de situações difíceis. O time que defende
perde o jogo, a crítica, no entanto, garante que ele, Atacante, teve atuação
brilhante.
À
beira do gramado, o repórter:
-
Atacante, você jogou uma enormidade. Infelizmente, a vitória não aconteceu.
Como você se sente?
-
Então, é verdade. Eu trocaria o gol que fiz, a assistência, a boa atuação...
tudo pela vitória de meu time. Saio daqui arrasado. Prefiro não jogar tão bem e
ver meu time vencer.
Atacante
não contava com o avanço tecnológico e seu uso a serviço da indiscrição. A
emissora lançava naquele dia a ETM (Engenhoca Tradutora de Mentes). O dito dava
lugar ao pensado. No rádio ouviu-se o pensamento de Atacante e não o que ele
disse.
O
repórter perguntou:
-
Atacante, você jogou uma enormidade. Infelizmente, a vitória não aconteceu.
Como você se sente?
-
Então, é verdade. Joguei muito. Caraio, brilhei, parecia Cristiano Ronaldo.
Espero que esse jogo passe lá fora. Sonho jogar na Europa, na Ucrânia, na Casa
do Cacete, qualquer lugar bem longe daqui. Tô cagando pro time. Pode perder
todas, se eu continuar batendo esse bolão, mês que vem tô fora”.
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