sexta-feira, março 20, 2009

UM FILHO DA PUTA

Há alguns meses conheci um filho da puta.
Velhice à porta, pensei que filhos da puta não me enganassem mais. Imaginei que bastaria alguns minutos de conversa para identificá-los.
Subestimei a capacidade do filho da puta. Tratei-o bem, como um igual. Presenteei-o, elogiei-o, ri com ele.
Alguns dias antes de descobrir que se tratava de um autêntico filho da puta, percebi que não me encarava. Os grandes filhos da puta, os escolados, acabam com você olhando dentro de seus olhos.
Os que estão se iniciando na filho da putice, não. Eles ainda desviam o olhar. Mas é questão de tempo: uma vez na senda da canalhice, não há volta.
Amanhã ou depois, conhecerei um novo filho da puta. Eles são muitos. Nem por isso deixarei de acreditar nas pessoas.
Eu acredito.
Entre filho da puta e babaca, prefiro ser babaca. Não sei bem por que, me sinto melhor.

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