sábado, maio 03, 2008

SAUDADE

Perdi minha mãe há 16 anos. Na última vez em que estivemos juntos, acariciamos a mão um do outro, longamente. Era um domingo, ela estava em um leito de hospital e eu não a veria novamente.
Lembro-me bem da cena porque não era comum nos acariciarmos. Sou de uma família que não costuma demonstrar sentimentos com facilidade. Azar o meu.
Sempre me relacionei muito bem com minha mãe. Temperamentos semelhantes. Águas mansas num momento, ressaca devastadora logo a seguir. Qualidade: o bom humor, quase todo o tempo.
Sinto falta dela, e de minha avó, até hoje. As duas foram fundamentais para minha vida. Não há um dia em que não me lembre delas.
É inútil falar, mas falo. Quem tem mãe viva, dê a ela todo o carinho possível. É clichê, mas a morte nos leva sem aviso. Não seja um sobrevivente que vive a lamentar o amor que não demonstrou. Acredite, é doloroso e irremediável.

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