segunda-feira, maio 26, 2008

Olho por olho

Se pormos fé no relato de O Globo (domingo, 25/5), Itamar Paiva, 45, com seu possante Fiat Uno, avançou sinal vermelho em movimentada rua da Tijuca. Quase atropelou André Luis, que teve a infeliz idéia de levar três pré-adolescentes para comer uma pizza. Dois deles seus filhos.
André reclamou, esbravejou com o navalha. O rufião, então, deu ré e tentou fazer com o rabo o que não fez de frente: atropelar todo mundo. Não conseguiu.
O troglodita, que estava acompanhado por uma insana, saiu do carro e, com uma chave de roda, agrediu André, que está em coma, respirando por aparelhos.
Essas tragédias urbanas me comovem. Um adulto sai com seus filhos para comer uma pizza. Dá azar, encontra o facínora.
Sabemos onde tudo vai dar. O advogado já prometeu que Itamar vai se entregar. Nossa justiça é generosa com os abonados e Itamar já tem experiência em dar porrada nos outros. Não vai acontecer nada com ele. Já André precisará de sorte para sobreviver e não ter seqüelas.
Esse caso se resolveria facilmente se deixássemos de lado as burocracias jurídicas e retornássemos a primitivas leis. Alguém bastante forte poderia dar na cara do cidadão Itamar com a mesma chave de roda e a mesma violência. O que isso resolveria? Nada. Mas se Itamar fosse parar num leito de hospital, ao lado de André, já seria alguma coisa.

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