Vi
no GNT um documentário que me impressionou. O nome: “O pior lugar do mundo para
ser gay”. Foi idealizado por Scott Mills, que tem um programa de rádio na Radio
1, da BBC. Ele é gay e resolveu visitar a Uganda, na África, país onde ser gay
é péssimo negócio.
Em
Uganda, conversou com gays e com pessoas que detestam homossexuais, não por
acaso, a maioria esmagadora da população.

O
radialista estranhou a ojeriza a gays dos ugandenses. Pesquisou para buscar as
causas. Descobriu que a aversão é relativamente recente. Ela chegou com
missionários cristãos que a repassaram para os pastores da terra. Mills, então,
foi conversar com um notável líder evangélico. A conversa ficou tensa quando
ele confrontou o religioso com sua condição de gay.
Mills
reuniu-se com um grupo de jovens e assombrou-se com o radicalismo antigay da
garotada. Papeou também com uma mulher, lésbica, que vive escondida, longe de
sua cidade. Ela precisou fugir depois que a denunciaram como gay.
Antes
de viajar, Scott Mills encontrou-se, na Inglaterra, com um ugandense que fugiu
de seu país depois de ter sido denunciado por ser gay. O autor da denúncia, um
amigo, foi torturado até revelar nomes de gays que conhecia. A prática é comum
em Uganda.
David
Bahati é deputado. É dele o projeto de lei que pune com prisão perpétua o
praticante de relação gay. Se for pego uma segunda vez, o gay será condenado à
morte. Desde 2009, Bahati tenta empurrar seu projeto. A grita internacional foi
grande, mas em 2012 a lei antigay andou. Em 2013, ela pode ser aprovada (mas
isso não é o pior, duro é vermos um país considerando seriamente essa hipótese).
Bahati
acedita que se seu projeto for aprovado, os próprios pais entregarão seus
filhos à polícia.
Na
entrevista, quando Mills diz a Bahati que é gay, o deputado, imediatamente,
encerra a entrevista. O motorista que conduz Mills o alerta a sair dali o mais
rapidamente possível. Bahati chama a polícia a fim de confiscar as fitas da
entrevista que dera a Mills. A sorte e sua condição de cidadão britânico
permitem a Mills sair do país.
Vale
a pena ver esse documentário no GNT.